sexta-feira, 19 de abril de 2013

José - parte 2


Maria acorda cedo para trabalhar. José lhe dá um beijo estalado enquanto pega seu café fresco na bancada da cozinha que é também a sala. Ela pergunta se Zé vai voltar a procurar empregos hoje, ele, desanimado, responde que talvez sim. Zé não vai procurar emprego.
Maria sai já atrasada para pegar o ônibus que demora a passar e Zé, como de costume, se põe a escrever seu romance. Nada de procurar empregos hoje. Zé não quer mais ser jornalista, como a mulher, ele quer ser um grande escritor. Acende um cigarro enquanto relê o que já está escrito no caderno pequeno. Pega sua maquina de escrever e transforma as anotações em uma história.
 Zé já tem o seu trabalho, ele não quer ser mais um empregado. Ele sabe, dentro de si, que pode ser muito mais do que isso. Seria essa crença pura pretensão? Não se sabe. Zé tem uma certeza: nada de procurar emprego hoje.

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